cristina saraiva
Cristina Saraiva é carioca e desde 96 trabalha com música, tendo fundado o selo Tiê Musical, de MPB, pelo qual lançou as cantoras Simone Guimarães e Giselle Martine. Foi responsável pela produção dos CDs “Cirandeiro” e “Aguapé” (Simone Guimarães) e “Diamantes” (Giselle Martine), com as participações especiais de Paulo Jobim, Ivan Lins, Elba Ramalho, Zé Renato, Danilo Caymmi e Chico Buarque.
Compositora (letrista), foi semifinalista do prestigiado Prêmio Visa de 2000 – edição compositores – e teve uma música classificada para o Festival da Música Brasileira, da Rede Globo. Ainda em 2000, ganhou o Prêmio de Melhor Letra no Festival de Tatuí, um dos mais concorridos do país.
Em meados de 2001, Cristina Saraiva resolve usar sua experiência como produtora fonográfica para partir para a gravação de seu trabalho pessoal. Registra, então, algumas de suas parcerias com diversos amigos que, na maioria das vezes, interpretam suas próprias canções. Com os arranjos de Maurício Maestro, com quem vem trabalhando desde Simone Guimarães, e o mesmo elenco de grandes músicos, (Leandro Braga, Pantico Rocha, Marcílio Figueiró, Marcio Mallard, Franklin da flauta, Cláudio Guimarães e Jaime Alem), prepara “Primeiro Olhar”, um CD essencialmente feminino.
Em 2002 se sagra vencedora do mais importante festival do circuito paulista, a Fampop (Feira Avareense de Música Popular) com a canção ” Indiviso”, em parceria com Felipe Radicetti e interpretada por Márcia Tauil. No início de 2003, participa do II Circuito Paulista de Festivais, realizado no Memorial da América Latina, com os vencedores dos 4 mais importantes festivais de São Paulo (Avaré, Tatuí, Ilha Solteira e S. José do Rio Pardo)
Em 2003 grava o novo CD, ” Só canção”. No disco, parcerias com Rafael Altério, Dante Ozzetti, Théo de Barros, Felipe Radicetti, Simone Guimarães, Edu Santana e Clarisse Grova.
O elenco de intérpretes de seu novo trabalho aponta o prestígio alcançado pela compositora ao longo de sua curta carreira – Chico Buarque, Leila Pinheiro, Ná Ozzetti, Dante Ozzetti, Simone Guimarães, Clarisse Grova, Renato Braz, Paula Santoro e Edu Santana: um privilégio de que poucos autores dispõem e Cristina Saraiva faz por merecer.
A partir de 2004, começa a se dedicar a uma luta, que na verdade, deveria ser de todos os músicos brasileiros: a organização dos músicos com o objetivo de pleitear, junto ao governo federal e poder legislativo a adoção de uma política pública para a música, que dê espaço à toda diversidade musical brasileira.
Em 2006, em meio à luta pela formação de uma Frente Parlamentar Pró Música no Congresso, grava seu terceiro CD, “Sol a Sol”. Nesse trabalho, ao contrário dos anteriores, a obra da letrista é toda interpretada por uma única cantora, a paulista Lucila Novaes – finalista do Premio Visa Intérpretes, trata-se de uma das mais belas vozes que surgiram no cenário nacional. O CD conta apenas com uma participação especial, de Francis Hime, com quem Cristina assina uma das faixas em parceria.
“Sol a sol” reafirma a capacidade da letrista de trabalhar com grandes compositores e o mesmo time de músicos de primeira linha – a começar pelos arranjos primorosos de Mauricio Maestro.
O ano de 2009, traz um novo trabalho da letrista, o CD “Terra brasileira”. Neste novo projeto, a letrista faz uma opção por trabalhar com jovens talentos da música brasileira, a começar pela intérprete – a estreante Manuella Cavalaro, de 25 anos – e o arranjador e parceiro de 4 faixas do CD, Breno Ruiz, de 26 anos. 
Este novo CD de jovens músicos traz parceiras já antigas, como com Simone Guimarães, Felipe Radicetti, Guilherme Rondon, Rafael Altério e Breno Ruiz, e alguns novos parceiros como o curitibano Lydio Roberto e o carioca Marcilio Figueiró.
Em 2012 assistimos a um aprofundamento do trabalho de Cristina Saraiva com sua primeira e mais constante parceira, a consagrada artista paulista Simone Guimarães. Tal aproximação resulta no quinto CD de sua carreira, “Chão de Aquarela”.
Neste festejado CD que comemora os 15 anos da parceria com Simone Guimarães, Cristina Saraiva mostra uma face pouco explorada de sua veia artística: a interpretação.
O resultado surpreende e em 2016 Saraiva lança um CD onde interpreta suas próprias canções. “O Viajante”, com arranjos de Mario Gil e participações especiais de Simone Guimarães e Renato Braz, mistura canções inéditas com releituras de canções antigas pela voz da autora
O ano de 2020 traz um novo trabalho comum cunho fortemente experimental. “Songs and feelings / Canções e sentimentos” é um trabalho onde a letrista versiona suas próprias letras para o inglês e lança um álbum duplo com as mesmas canções em inglês – interpretadas pela surpreendente cantora inglesa Tess Fletcher, e em português por uma das maiores intérpretes desse país -a carioca Clarisse Grova. Em todo o repertório, apenas uma canção que não é de sua autoria mas que ganhou sua versão para o inglês – ‘Mês de maio”, de Almir Sater e Paulo Simões. A ideia, mais uma vez, era testar as possibilidades da canção brasileira – e o ouvinte poderá tirar suas conclusões a respeito.
Em 2022, um novo projeto especial. Trata-se do CD SOS, todo dedicado a questão ambiental – da qual Cristina Saraiva é militante há muitos anos.
Queimadas, desmatamento, venda de madeira ilegal são alguns dos temas que permeiam o trabalho.
Por ser um projeto especial, onde Saraiva comparece também como produtora fonográfica, o álbum apresenta duas canções que não são de sua autoria, mas que não poderiam faltar em um trabalho com temática ambientalista: Passaredo (Francis Hime e Chico Buarque) e Matança (Jatobá).
O time que interpreta “SOS”, como Saraiva costuma sempre reunir, é de primeira e inclui intérpretes do nível de Simone Guimarães, Cláudio Lins, Tutuca e Renato Braz. O CD traz ainda um pouco do trabalho anterior e a primeira canção ‘SOS Amazônia” reaparece fechando o álbum com sua versão em inglês “SOS Amazon”, que rodou o mundo denunciando a destruição da Amazônia brasileira.
Em 2023, a artista, em co-produção com Cláudio Lacerda, regravou a canção SOS Amazônia / SOS Amazon para o single do artista paulista e, ainda junto com o intérprete/ compositor paulista preparou o espetáculo “Canto de Alerta”, onde a questão da importância da preservação ambiental pontua um espetáculo artístico de primeiríssima linha.
Paralelamente, Saraiva lança no mercado sua “Oficina de Letra”, onde de forma didática e objetiva orienta quem deseja dar os primeiros passos no ofício .
Finalmente, para 2024, a artista planeja, além de seguir compondo, voltar a lançar um trabalho onde interpreta suas próprias canções. Em um universo musical ainda muito apegado à ideia de intérpretes femininas como verdadeiras divas, Saraiva pretende cada vez mais se firmar como “cantautora”.